Ação intermunicipal marca dia dos usuários do CAPS de Pindamonhangaba e Taubaté
A equipe do Caps II de Pindamonhangaba participou, na última semana, de uma ação intermunicipal em conjunto com o Caps II de Taubaté. O encontro visou a integração e troca de experiências entre os usuários dos serviços.
A programação contou com uma visita supervisionada ao Sítio do Picapau Amarelo, sessão de teatro com a turma do Sítio, um café da manhã e uma baladinha nas dependências do Caps de Taubaté.
De acordo com a articuladora de Saúde Mental da Prefeitura de Pinda, Caroline Rosolem, essa interação objetiva proporcionar aos usuários uma troca de experiências pessoais, além do contato com a literatura, possibilitando acesso à cultura regional e ampliando a apropriação de espaços públicos. Além disso, ressaltar a importância da interação social e familiar para os pacientes que sofrem com qualquer tipo de transtorno mental. O encontro teve a participação de aproximadamente 40 pessoas.
O Caps II de Pindamonhangaba fica na rua José da Silva Andrade, 80, Vila Burghese. O serviço é disponibilizado a qualquer pessoa que sinta a necessidade de acompanhamento, não precisando de encaminhamento para o atendimento e acolhimento.
Pinda ajuda famílias de São Luiz; Fundo Social lança campanha para arrecadação de produtos
A Defesa Civil de Pindamonhangaba está fornecendo ajuda com ações de urgência em São Luiz do Paraitinga, devido às inundações e enchentes que ocorreram na cidade com as fortes chuvas dos últimos dias.
O trabalho da Defesa Civil de Pindamonhangaba, que está com membros da GCM - Guarda Civil Metropolitana - e do Exército - iniciou nesta segunda-feira (13), no distrito de Catuçada, em São Luiz do Paraitinga, onde cerca de 600 pessoas, pertencentes a 200 famílias, estão em situação de emergência.
No local, as equipes de Pindamonhangaba estão auxiliando na remoção de móveis e eletrodomésticos, ajudando na desocupação de casas, dentre outras tarefas.
O grupo de Pindamonhangaba também montou uma ajuda humanitária, com envio de duas vans de apoio com vários itens de necessidades, que estão sendo entregues para as famílias.
“Estamos trabalhando em várias ações aqui em São Luiz do Paraitinga, fornecendo todo auxílio necessário para ajudar as famílias que foram vítimas das fortes chuvas e enchentes e que tiveram grandes prejuízos. É uma ação emergencial e que deve ser executada o mais rápido possível, principalmente com a possibilidade de novas chuvas”, disse o diretor da Defesa Civil de Pindamonhangaba, Michel Cassiano.
A presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo, Cristiane Freitas, e a secretaria municipal de Promoção e Desenvolvimento Social de São Luiz do Paraitinga, Miriam Toledo da Silva, agradeceram Pindamonhangaba pela ajuda imediata fornecida ao município.
O Secretário-Chefe da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil do Estado, Henguel Ricardo Pereira, afirmou que o apoio de Pindamonhangaba tem sido fundamental .
Fundo Social lança campanha de ajuda a São Luiz
Para continuar com fornecimento de alimentos e produtos, o Fundo Social de Solidariedade de Pindamonhangaba lançou uma campanha em prol de São Luiz do Paratinga.
A presidente do Fundo Social de Pindamonhangaba, Claudia Domingues, informou que “o objetivo é arrecadar alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas, roupas de cama, até móveis, geladeira, fogão, porque muitas famílias perderam tudo”.
Ela ressaltou que “a população de Pindamonhangaba sempre se mostrou bastante solidária e caridosa com questões sociais e dessa vez não será diferente”.
Os itens podem ser doados das 8 às 12 horas e das 14 às 16 horas na sede do Fundo Social (rua Deputado Claro César, 53); na Fábrica da Solidariedade (rua Tenente Alexandre Marcondes Monteiro, 432 - Bosque da Princesa); e na Vila dos Afetos (Avenida Senador Teotônio Vilela, Moreira César)”.
Maioria dos estados tem queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda
O novo boletim InfoGripe divulgado hoje (9) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica a manutenção do cenário positivo em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o país. A maioria dos estados segue com estabilização ou queda em um patamar relativamente baixo. A análise aponta para queda de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).
De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, os dados ainda indicam predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (covid-19) na população adulta. Nas crianças de 0 a 4 anos, o vírus sincicial respiratório (VSR) mantém presença expressiva especialmente no Espírito Santo, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, e nos três estados da Região Sul. “Desses, apenas o Distrito Federal aponta para manutenção de patamar elevado de SRAG nessa faixa etária. Os demais já apontam para redução ao longo do mês de janeiro”, avaliou o pesquisador.
Amazonas
O boletim alerta para um leve aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada ao vírus influenza A no estado do Amazonas, norte do país. Com um número baixo de casos, o acompanhamento nas próximas semanas poderá indicar se são ocorrências esporádicas ou de início de temporada. Os dados referem-se à Semana Epidemiológica (SE) 5, período de 29 de janeiro a 4 de fevereiro. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 6 de fevereiro.
Gomes reforça que a avaliação só poderá ser feita com mais clareza nas análises seguintes. “Como apareceram alguns casos de Influenza e a gente não estava observando esse vírus nas atualizações recentes, é importante manter a atenção, embora não represente um surto. Até o momento, são alguns poucos casos”, explicou.
Estados e capitais
Das 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo e Pernambuco apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Apesar desse quadro, o pesquisador esclarece que a análise por faixa etária sugere tratar-se de oscilação natural durante período de baixa atividade. No Amazonas, observa-se um ligeiro aumento na presença de casos de SRAG associados ao vírus influenza A, ainda sem sinal claro de tendência e com volume baixo de casos.
Seis das 27 capitais apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo até o mesmo período: João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Vitória (ES).
Agência Brasil
Pinda recebe mais cadeiras para acessibilidade nos parques
Membros da Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos da Prefeitura e representantes do Rotary Club de Pindamonhangaba e do Conselho da Pessoa com Deficiência realizaram, dia 4 de fevereiro, a entrega de cadeiras de rodas no Parque da Cidade e no Bosque da Princesa.
O Rotary Club de Pindamonhangaba doou quatro cadeiras de rodas ao município, atendendo a solicitação do Departamento da Pessoa com Deficiência, que estão disponibilizadas na Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos, Departamento de Atendimento do Trabalhador, Parque da Cidade e Bosque da Princesa. O objetivo é assegurar a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida.
Para a diretora da Pessoa com Deficiência, Letícia Souza, as cadeiras de rodas do Parque da Cidade e no Bosque da Princesa “são equipamentos importantíssimos para que as pessoas com mobilidade reduzida acessem os locais sem dificuldades, podendo assim vivenciar momentos de lazer na natureza e estreitar os vínculos de amizade e socialização”.
O secretário da pasta, João Carlos Salgado, agradeceu os membros do Rotary Club, representados pelo presidente Inácio Sattim, vice-presidente, Silvio Teixeira, tesoureiro Ary Freire, secretária Angélica Albano e Solange Correa, e pediu a doação de novas cadeiras, que serão disponibilizadas assim que possível, de acordo com a instituição.
No Parque do Trabiju, por exemplo, estão disponíveis três cadeiras do modelo Juliettis, nome dado para o equipamento que é adaptado para trilhas.
Dia 2 de fevereiro, o secretário adjunto de Mulher, Família e Direitos Humanos, Padre Afonso Lobato, a diretora da Pessoa com deficiência, Letícia Souza, e a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Ivonete dos Santos, visitaram o Trabiju e acompanharam instruções sobre o funcionamento das cadeiras. O diretor de Meio Ambiente, Rafael Ribeiro Cavalcante de Souza, e o gestor de parques, Israel Alves, explicaram passo a passo a utilização da cadeira e a presidente do Conselho realizou um teste.
Segundo ela, “o teste foi apenas ‘uma voltinha’, mas me senti segura, confortável e muito feliz em perceber meu direito de ir e vir respeitado - poder explorar o parque com segurança como qualquer pessoa. A equipe ensinou como manusear a cadeira, já que são os familiares ou amigos das pessoas com deficiência que irão conduzir. É muito emocionante observar a acessibilidade chegando a todos os lugares. Fica o convite a todas as pessoas com deficiência para conhecerem o Trabiju”.
São Paulo alerta para a importância da vacina contra a febre amarela
Quem vai curtir o feriado prolongado do carnaval em cidades paulistas que ficam na divisa com os estados de Minas Gerais e Paraná deve ficar alerta para o risco de contaminação por febre amarela, informa o Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) do Estado de São Paulo.
A recomendação foi motivada em razão de municípios mineiros e paranaenses na divisa com o estado de São Paulo estarem em alerta para casos da doença. O risco é maior em áreas de mata e zona rural que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades no feriado de carnaval, que começa daqui a 12 dias.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância da vacinação de rotina, e não apenas em momento epidêmico ou pandêmico, para evitar casos mais graves. No estado de São Paulo, a cobertura vacinal contra febre amarela é de 64%.
A diretora do CVE, Tatiana Lang D’Agostini, ressalta que a imunização é imprescindível para quem irá viajar para o interior.
“A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos. Desta forma, quem vai viajar no carnaval para a zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”.
A SES reforça que a vacina contra febre amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde do estado. Desde 2017, o Ministério da Saúde segue a orientação da Organização Mundial da Saúde, que recomenda apenas uma dose da vacina para toda a vida.
A infecção da febre amarela se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em região de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades.
No dia 27 de janeiro, o estado de São Paulo registrou o primeiro caso confirmado de febre amarela desde 2020. Trata-se de um homem, de 73 anos, morador de zona rural na cidade de Vargem Grande do Sul, divisa com Minas Gerais.
Agência Brasil
Pesquisa revela que covid-19 pode permanecer por longo tempo
Uma pesquisa realizada com brasileiros revela que quase 60% das pessoas que contraíram covid-19 desenvolveram a doença por longo tempo, com sintomas que permaneceram pelo menos por três meses após a fase aguda. Realizado pela Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo usou um questionário online destinado a pessoas que tinham contraído a doença. Para a análise, foram considerados 1.230 participantes que apresentaram diagnóstico de covid-19 confirmado por teste PCR.
Deste total, 720 pessoas mantiveram sintomas por três meses, ou mais, e 496 disseram que não estavam totalmente recuperados no momento da pesquisa. Os efeitos prolongados da doença foram mais frequentes entre os não vacinados. Além disso, mais de 80% das pessoas com covid-19 longa demandaram serviços de saúde por causa da persistência dos sintomas.
Fadiga, ansiedade, perda de memória e queda de cabelo foram alguns dos principais sintomas apontados. Foram citados mais de 50 sintomas persistentes, agrupados em dez categorias: cardiovasculares/coagulação, dermatológicos, endócrino-metabólicos, gastrointestinais, músculoesqueléticos, renais, respiratórios, neurológicos e de saúde mental, além de sintomas gerais, como dor e tontura.
Os resultados do estudo foram publicados em janeiro. Entre os pesquisadores que assinam a nota técnica, estão Claudio Maierovitch, Vaneide Pedi, Erica Tatiane da Silva e Mariana Verotti, da Fiocruz Brasília, além de Rafael Moreira e Marcos Pedrosa, da Fiocruz Pernambuco. A publicação analisa os sintomas da covid-19 longa no Brasil e o acesso ao diagnóstico e ao tratamento.
“A falta de dados inviabiliza o desenho de estratégias para alertar a população sobre os riscos de desenvolver esta forma de covid-19 e de serviços de assistência para atender às pessoas que sofrem de sequelas prolongadas”, diz a equipe técnica responsável pela pesquisa.
O objetivo do estudo foi justamente contribuir para o preenchimento das lacunas desses dados. Protocolos de monitoramento de pacientes com sequelas persistentes, investimentos em atividades de reabilitação com abordagem multidisciplinar e atenção especial à covid-19 longa nas populações mais socialmente vulnerabilizadas estão entre as recomendações do documento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10% a 20% dos pacientes considerados livres do Sars-CoV-2 e da doença aguda podem apresentar covid-19 longa, isto é, entre 2,8 milhões e 5,6 milhões de brasileiros poderão precisar de cuidados de saúde por sofrer desta forma da doença. Tal condição refere-se a uma variedade de sintomas que permanecem ou até aparecem pela primeira vez até três meses após a infecção por Sars-Cov-2, sintomas que não podem ser explicados por outros motivos e que trazem prejuízos à saúde e à qualidade de vida.
Embora o mecanismo exato que leva à covid-19 longa ainda seja desconhecido, acredita-se que a doença esteja associada ao processo inflamatório causado pelo vírus, que começa no pulmão e se espalha para outros órgãos e tecidos. Apesar de mais frequentemente observada em idosos, mulheres e pacientes graves na fase aguda, a covid longa pode se manifestar em qualquer pessoa.
O tratamento varia conforme os sintomas apresentados, e o desfecho depende de fatores como a gravidade desses sintomas, a existência de outras doenças crônicas e o acesso ao cuidado e à reabilitação. “Estudo recente sugere que as vacinas e, principalmente, as doses de reforço, podem amenizar o quadro ou diminuir as chances de desenvolver a covid-19 longa”, destaca a nota técnica, reforçando que a população deve ser informada sobre a importância de evitar infecções sucessivas e sobre os riscos de desenvolver sequelas.
Agência Brasil
Paciente com hanseníase leva vida normal e tratamento dura entre seis e 12 meses
A Secretaria de Saúde de Pindamonhangaba possui um serviço especializado de atenção e tratamento a pessoas com hanseníase. Quem apresentar sintomas da doença deve procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível.
A doença pode ocorre em pessoas de qualquer idade, sexo e classe social. Atualmente em Pindamonhangaba existem apenas dois pacientes com hanseníase e estão em tratamento via Setor de Infectologia. Em 2020 foram três casos e em 2021 outros quatro.
Apesar do número baixo de casos, a Secretaria de Saúde pede atenção especial da população. “Assim como ocorre com toda doença e manifestação de saúde de forma geral, pedimos à população para ficar atenta aos sintomas e qualquer mudança que venha a ocorrer no corpo. Deste modo, se houver suspeita, procure uma unidade de saúde para atendimento o mais rápido possível”, disse a secretária da pasta, Ana Cláudia Macedo.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. É transmissível e atinge, principalmente, a pele e os nervos periféricos como mãos e pés. Ela é caracterizada pela alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular e pode gerar incapacidades permanentes.
Quanto mais precoce o diagnóstico, menor o risco de transmissão da doença e menores as complicações e sequelas provocadas pelo comprometimento dos nervos periféricos que caracterizam essa patologia.
A transmissão ocorre pelas vias respiratórias (fala, espirro ou tosse), durante o convívio prolongado com o doente sem tratamento. O período entre o contágio e o aparecimento dos sinais da doença é longo.
O tratamento é realizado por meio de medicamentos que são entregues gratuitamente ao paciente e o tempo varia entre seis e 12 meses, dependendo da evolução da doença.
Os pacientes em tratamento levam vida normal e deixam de transmitir a doença.
Sinais da doença:
• Uma ou mais manchas de cor variada: esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada.
• Mancha com perda de sensibilidade, pele seca e queda de pelos.
• Dor, sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas.
• Nódulos (caroços) no corpo, avermelhados e dolorosos.
• Diminuição da força muscular das mãos, pés ou face.
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Mpox ainda é problema de saúde pública, dizem especialistas na Fiocruz
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (/Fiocruz) e a revista científica The Lancet Regional Health Americas lançaram hoje (25) edição especial do encarte Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México, com artigos sobre a monkeypox ou "varíola dos macacos", como é popularmente conhecida. A Mpox é uma doença viral e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas.
A editora-chefe da revista, Taissa Vila, destacou que embora esteja caminhando para resolução em alguns países, a Mpox ainda é um problema de saúde pública em vários lugares do mundo, como as Américas. Na avaliação da infectologista Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV/Aids (LapClin Aids) e presidente eleita da International Aids Society (IAS), é importante remeter ao fato de que a Mpox “é uma doença negligenciada em termos de pesquisa e de recursos e tratamentos efetivos”, que poderiam ser disponibilizados, evitando ocorrência elevada e mortes nos países pobres da África. Beatriz lembrou que somente quando chegou à Europa, em meados do ano passado, é que a doença chamou a atenção do mundo, e isso causa vergonha por se ver quantas pessoas lidam com essa doença na África, há décadas.
Segundo a infectologista, a característica de lesões genitais já estava descrita na epidemia na Nigéria, onde a diversidade de opção sexual das pessoas não é aceita. Beatriz Grinsztejn afirmou que a Mpox tem sintonia com as infecções sexualmente transmissíveis (IST), o que leva à possibilidade de agravamento da doença nessas pessoas. E defendeu o combate ao estigma e à discriminação sempre. A Mpox é mais observada entre homens gays e bissexuais.
Áreas de destaque
Para a professora titular do Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo (USP), Vera Paiva, cinco áreas não podem ser ignoradas na pandemia da covid-19 e nas pandemias que virão, sem tampouco ignorar a Mpox. A primeira é que estejam associadas a pessoas de segmentos mais vulneráveis. É necessário diferenciar também as estruturas do sistema de saúde; combater mensagens enganosas e imprecisas, a exemplo das fake news (notícias falsas); reduzir a dependência a vacinas e tratamentos estrangeiros e solucionar crise de governança em que se desenrola a luta contra as epidemias. “Ficou claro que desde a Aids e a covid-19 que esses não são eventos apenas virais”, observou Vera.
Segundo a professora da USP, entre as lições que não se pode esquecer da covid-19 e outras epidemias é que o número de mortes e adoecimentos depende da política de enfrentamento, que as mortes e adoecimentos ocorrem mais em territórios periféricos empobrecidos, que têm raça, cor, gênero, que crescem mais onde os governos são negligentes em proteger os direitos humanos ou violam o direito à vida e à saúde integral. O crescimento das epidemias confirma marcadores de desigualdade e violação de diretos humanos, indicou.
Conforme reiterou Vera Paiva, será fundamental, diante de qualquer epidemia, que haja combate ao estigma em um primeiro momento, associado à infecção e às pessoas de segmentos mais vulneráveis; combate à infodemia (grande fluxo de informações que se espalham pela internet sobre um assunto específico) imprecisa e enganosa, não só em relação à Mpox, mas a outras epidemias; necessidade de financiamento para o Sistema Único de Saúde (SUS); retomada da ideia de quebra de patentes e produção de vacinas, acabando com a dependência de vacinas e tratamentos estrangeiros. A prevenção deve ser integral para todas as epidemias, pensando nos princípios de direitos humanos. “Esse é o grande desafio”, manifestou.
Casos
A infectologista do INI, Mayara Secco, informou que até o dia 24 de janeiro de 2023, foram confirmados no Brasil 10.711 casos de Mpox, com 11 óbitos. Os estados mais afetados foram São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2022, o INI atendeu 416 casos confirmados no Rio de Janeiro e 402 casos descartados. Neste mês de janeiro, foram atendidos 32 casos, dos quais 22 foram confirmados, 5 descartados e 5 se encontram em investigação.
Para a especialista, a emergência de saúde ainda representa um desafio para o setor da saúde e os 22 casos confirmados em janeiro de 2023 significam uma taxa de positividade alta. A análise dos casos confirmados desde o aparecimento do primeiro paciente revela que os homens cis constituem a maior parcela dos afetados, com 87%, contra 5,5% de mulheres cis. A maior parcela dos afetados está na faixa etária de 30 a 39 anos. Dos confirmados, 97% tiveram relação sexual 30 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas de Mpox. Entre aos pacientes que confirmaram a Mpox no INI/Fiocruz, 51% conviviam com HIV e 30% só tinham uma região do corpo acometida.
Nomenclatura
A mudança de nomenclatura de monkeypox para Mpox foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 28 de novembro de 2022, após denúncias de discriminação e racismo e de notícia de assassinato de macacos no Brasil. O prazo para que o mundo adote a nova nomenclatura é de um ano.
A chefe do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Clarissa Damaso, esclareceu que o monkeypox não é uma doença de macacos, nem se trata de uma doença nova ou um vírus novo, tendo sido descrita em 1958. “O macaco é tão vítima como os humanos”.
Clarissa defendeu que a troca de nome para Mpox tem de ser gradual, “porque há uma história de pesquisas por trás”, de testes clínicos em andamento, inclusive, e de tratamentos e vacinas aprovados. Para a virologista da UFRJ, o que precisa ser debatido e combatido é o comportamento humano e não o nome da doença em si, porque acredita que não se conseguirá alterar a questão do preconceito da sociedade só mudando o nome da doença.
Ela citou, por outro lado, trocas de nomes com sucesso, entre as quais a Síndrome de Down, ou mongolismo, por Trissomia de 21, e a lepra por hanseníase.
Agência Brasil