Novo trecho da Carvalho custará R$ 322 milhões
Prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para ser concluída em janeiro de 2016, a obra de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto completa um ano de atraso com duas informações nada animadoras.
Uma delas é que o percentual de execução desse empreendimento é de 35,4%, o que significa que pouco mais de um terço da obra foi concluída em três anos, embora o prazo para finalizar o novo trecho fosse de dois anos.
O outro detalhe é que o custo previsto para a obra saltou de R$ 79 milhões para R$ 322 milhões, um aumento de 307% sobre a previsão feita inicialmente. A obra é de responsabilidade da Ecopistas, e está prevista no contrato de concessão assinado com o Estado.
O novo trecho, de 10,9 quilômetros de extensão, seria a opção para os motoristas que seguem da capital para o Litoral Norte -- hoje é preciso passar pela Via Dutra, o que resulta em congestionamentos no entroncamento das rodovias, principalmente em feriados prolongados.
Demora. Um dos fatos que retardou a obra foi a necessidade de desapropriação de 88 áreas. Segundo a concessionária, 76 delas tiveram a imissão de posse concedida pela Justiça. Moradias existentes em 16 delas foram desocupadas.
De acordo com a Ecopistas, duas das três etapas do prolongamento estão em andamento, sendo que a primeira delas está em fase final. Essas duas etapas são realizadas em áreas já desapropriadas, à medida em que as licenças ambientais são emitidas -- em outubro de 2016, o Ministério Público chegou a pedir a paralisação da obra para cobrar estudos de impacto na Mata do Bugio.
Entre os 35,4% de execução estão incluídos serviços como terraplenagem, de alargamento de passagem inferior, pavimentação e a construção de dois viadutos. Entre os serviços que ainda restam ser feitas estão construção de pontes e viadutos, das novas pistas e elementos de segurança e de sinalização horizontal e vertical.
Como ainda há pendência em relação a "liberação das áreas que restam ser desapropriadas e à obtenção da licença ambiental necessária para que os trabalhos continuem", a Ecopistas não citou nenhum prazo para conclusão da obra. Já o governo estadual fala em 2018.
A informação sobre o novo valor da obra também é do governo estadual. A concessionária diz que o cálculo não foi fechado, e ressalta que a alteração no valor seria devido à inclusão de pontes no projeto. Sobre o atraso, a empresa afirmou, por meio de nota, que "o andamento da obra está em acordo com o cronograma que é reportado e acompanhado pela Artesp".
Artesp espera conclusão até março de 2018
Por meio de nota, a Artesp, agência que regula o transporte no Estado, alegou que a "adequação da data de início e término ocorreu devido alteração de traçado para atender demandas do município de Taubaté e o licenciamento ambiental, também acarretando revisão das desapropriações".
A agência alegou que "o ritmo está adequado para a situação atual", e que "a conclusão das obras está prevista para o primeiro trimestre de 2018". Na semana passada, segundo a Artesp, foi emitida a licença de instalação do lote três, e "novas frentes de trabalho poderão ser criadas".
A agência diz que "notificou a concessionária pelo não cumprimento dos prazos contratuais de início e término, além de notificar a concessionária para apresentar explicações detalhadas das medidas que adotou, e vem adotando, para superar os atrasos".
Ainda segundo a Artesp, "a obra, com seu traçado atual, possui valor de investimento de aproximadamente R$ 322 milhões".