Embraer: PDV vai desligar 1.463 empregados

A Embraer divulgou nesta segunda-feira (26) os números da adesão ao Plano de Demissões Voluntárias (PDV) instaurado nas cinco fábricas da empresa no Brasil. Ao todo, foram 1.470 funcionários inscritos e a empresa aceitou 1.463 inscrições, representando 99,5%. Os desligamentos acontecem na primeira semana de outubro.

Segundo a Embraer, abrir o PDV em suas fábricas foi uma das diversas iniciativas adotadas visando a redução de custos recorrentes e, dessa forma, superar os desafios do atual momento de crise na economia do país. Outras ações com esse objetivo seguem sendo implantadas e seus impactos só serão dimensionados ao longo dos próximos meses.

Ainda de acordo com a empresa, os sindicatos que representam os empregados já foram convidados a conversar com a empresa a partir desta segunda para ajudar a construir soluções em conjunto.

Em São José dos Campos, 700 funcionários se inscreveram no PDV. Não foi informado quantas inscrições foram aceitas.

Sindicato
Desde o anúncio da abertura do PDV, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos se mantem contrário a medida. Para a entidade, as demissões são desnecessárias e fruto da política da desnacionalização da Embraer e do envolvimento da empresa num caso de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Os trabalhadores defendem que a empresa pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a possível multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

A Embraer inaugurou uma nova fábrica nos Estados Unidos na última terça (20), uma semana após anunciar que 1.470 trabalhadores brasileiros serão demitidos por meio do PDV, encerrado dia 14. A nova unidade deve gerar 150 empregos diretos.

"A Embraer esvazia suas fábricas no Brasil para investir nas unidades construídas nos Estados Unidos e em Portugal. Isso é inadmissível, a empresa visa apenas os interesses dos acionistas estrangeiros, que agora são os donos da Embraer", disse o vice-presidente licenciado do Sindicato, Herbert Claros.

Férias coletivas
A Embraer anunciou na sexta-feira (16) que funcionários de alguns setores de suas fábricas em São José dos Campos e Botucatu entrarão em férias coletivas a partir de outubro. O objetivo é adequar a produção a atual demanda. Inicialmente, o primeiro grupo de funcionários a ser afastado será o da área de aviação executiva, entre 24 de outubro e 22 de novembro. Já o recesso da área comercial será de 10 dias, entre 7 de novembro e 6 de dezembro.

Não haverá paralisação na produção durante o período. A Embraer informou ainda que as férias coletivas são uma antecipação das férias regulares dos empregados.

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